sexta-feira, setembro 22, 2006

O Fernando Carneiro, desta vez, PASSOU-SE...completamente!


Eu, porventura, deverei ser o mais recente amigo do Fernando.

Talvez seja o que em menos boas condições estarei para dele falar.

Não é esse o exercício que me proponho.

Quero antes "exorcizar" o facto de nunca mais poder ver o Fernando e ouvi-lo, tremendista, zurzir nos que andavam mal na Maçonaria.

O Rogério trouxe-o (assim como ao Grego e ao Bandarra) à nossa tertúlia Mapriliana, ainda.

O pouco convivio que com ele tive bastou para perceber duas coisas fundamentais:

A-Que ele gostava de mim e que me honrou com a sua amizade;
B-Que eu muito gostei dele.

O Fernando tinha características que o fizeram único no seu vivenciar e que eu cedo me apercebi:

1- Era um homem de enorme carácter e mau feitio;
2- Sempre, amigo de seu amigo;
3- Sem vaidades mundanas e dum despojamento total;
4- Duma enorme coragem fisica, associada, sempre, a uma moral impoluta;
5- Duma honradez e probidade únicas;
6- Duma lealdade que roçava a perfeição;
7- Tremendista e de constantes rupturas...;
8- Duma fraternidade perfeita, sempre praticada, na perspectiva que o António Arnaut sublinhava: "Fraternidade é a solidariedade com amor!"

Guardo dele a memória duma aura de tranquilidade,de alegria primaveril e de preocupação com a "casa", como ele dizia do Palácio do Grémio Lusitano.

O Rogério, uma vez mais, levou-me, de surpresa, a almoçar com o Fernando. Fomos a uma esplanada, ali para Belèm. Comemos sardinhas e bebemos um belo tinto. O Fernado ainda bebeu um Whisk. Era Abril e os pólens andavam em desatino, o que nos fazia espirrar em ridiculo frenesim!

Fui sabendo dele, do seu fenecimento fisico, mas sempre preocupado com a "casa".

As noticias que o Rogério nos trazia - anunciavam o desfecho que ocorreu a 16 de Setembro de 2006: o Fernando iniciava o caminho para o Oriente Eterno,lugar onde a luz nunca esmorece!

Para nós, maçons, acreditámos que o Fernando começou um novo caminho, caminhando em direcção ao absoluto, através duma heuristica perfeita que permite a descoberta da verdade absoluta, da palavra perdida,do Santo Graal da Humanidade.

Desta vez, o Fernando PASSOU-SE completamente.

Como disse o Fernando Pessoa "morrer é só deixar de ser visto".

Nunca mais veremos o Fernando Carneiro, mas pelas recentes experiências, o Fernando merece estar SEMPRE entre nós. Terça-feira, no Porcalho, lá esteve ele na tertúlia amadorense. Soube que o viram, quinta-feira passada, na tertúlia moçambicana, na Tia Matilde...

Os homens, como o Fernando Carneiro,não morrem, não se esquecem...são perenes...como a Maçonaria a quem ele tanto venerou e a quem ele tanto deu (sem nunca nada dela requisitar...).

Lá, no Oriente Eterno onde, de certeza, já te recompuzestes do cansaço que, recentemente, te abalou já participas em animadas discussões...espero que bebas uns quantos copos à saúde dos teus amigos, nos quais modestamente me incluo.

Bem hajas, meu Ir:.pelo que contigo aprendi e pela amizade com que me honrástes.

Um triplo abraço fraterno,

Albergaria

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